São Paulo, 23 – A saída dos Estados Unidos da Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês) pode “acentuar a desvantagem competitiva” da carne bovina norte-americana, afirma Tracy Brunner, presidente da Associação Nacional da Carne Bovina e dos Pecuaristas (NCBA, na sigla em inglês), em comunicado divulgado nesta segunda-feira. Ele cita Canadá, México e Ásia como concorrentes dos Estados Unidos na oferta de carne bovina para os países que compõem a parceria – Japão, Canadá, México, Austrália, Vietnã, Malásia, Peru, Chile, Brunei, Cingapura e Nova Zelândia. A saída da TPP “colocará nossos produtores em desvantagem competitiva mais acentuada”, afirma Brunner. Hoje, o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou formalmente o país do acordo comercial entre 12 nações negociado pelo presidente Barack Obama e que seria votado em breve. A parceria prevê a retirada de grande parte das tarifas e de outras barreiras comerciais entre os países. A China não faz parte da iniciativa. No comunicado, Brunner afirma ainda que pecuaristas norte-americanos “já estão perdendo US$ 400 mil em vendas” todos os dias por não terem a TPP. “Estamos especialmente preocupados com o fato de que o governo adote essas medidas sem alternativas significativas que compensem a tremenda perda que pecuaristas enfrentarão sem TPP.” O Japão, um dos maiores importadores de carne bovina, mantém tarifas de cerca de 38% para a carne norte-americana – porcentual que seria reduzido na TPP. Em relatório divulgado na época do anúncio da parceria, em outubro de 2015, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) afirmou que a TPP promoveria acesso “sem precedentes” ao mercado doméstico japonês, com o país eliminando tarifas alfandegárias de 74% dos produtos importados em até 16 anos – com cortes substanciais nos impostos remanescentes.