O grupo BMG tornou-se sócio minoritário da Bossa Nova Investimentos, empresa que investe em startups liderada pelos empresários Pierre Schurmann e João Kepler.

Com a sociedade, o BMG vai injetar R$ 100 milhões que serão usados para novos aportes em companhias iniciantes. Atualmente, a Bossa Nova investe em 150 startups, 42 delas nos Estados Unidos.

“Ganhamos agilidade e rapidez com esse novo investimento”, afirmou Kepler ao blog BASTIDORES DAS EMPRESAS.

A holding da família Pentagna Guimarães, dona do banco BMG, já tinha três frentes de investimentos. Uma delas era a Lendido, plataforma online de empréstimos. A outra era a BMG UpTech, que investia em startups em fase inicial. Por fim, o BMG Digital Lab, que busca parcerias com companhias iniciantes em estágios avançados.

Os bancos brasileiros estão cada vez mais interessados em se aproximar de companhias iniciantes. O Itaú, por exemplo, apoia o Cubo, um espaço de co-working desenvolvido em conjunto com o fundo Redpoint e.ventures.

O Bradesco criou o InovaBra Ventures, que fez aporte em duas empresas: a Rede Frete Fácil, uma espécie de Uber do frete, e a Semantix, com foco em computação cognitiva.

A Bossa Nova se autodefine como uma microventure capital, que faz aportes em uma fase chamada antes do Seed Money. Os valores investidores ficam entre R$ 100 mil e R$ 800 mil.

O plano de Schurmann e Kepler é contar com 200 empresas investidas até o fim deste ano. Em 2020, segundo a dupla, a meta é chegar a 1.000 startups. “Os recursos do BMG serão usados para alcançar esse número”, diz Kepler.

A busca da Bossa Nova não se restringe ao Brasil. Com o novo aporte, o fundo está atrás de startups na América Latina e nos Estados Unidos.

Seu modelo de negócio, segundo Kepler, é semelhante ao da SV Angel, um fundo de venture capital baseado em São Francisco que já realizou 720 investimentos em 620 startups.

A SV Angel, por exemplo, foi um dos fundos que apostou, bem no início, na operação de compartilhamento de quartos Airbnb e na rede social para jovens Snapchat, hoje empresas que valem bilhões de dólares.

Kepler diz também que a Bossa Nova Investimentos analisa se prosseguirá com uma captação, que já estava em curso, de outros R$ 100 milhões – sendo que 40% desse valor seria levantando no primeiro semestre deste ano.