Integrante do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), Pablo Hernández de Cos expressou nesta sexta-feira apoio ao plano de encerrar as compras de ativos no início do terceiro trimestre deste ano e subir juros logo depois. Em artigo publicado no jornal Expansión, o dirigente destacou que novos aumentos podem ocorrer nos trimestres seguintes, até níveis consistentes com a “taxa natural”.

Hernández de Cos, que é presidente do Banco da Espanha, não citou o mês de julho para a primeira alta de juros, como fizeram outros membros do BCE. Segundo ele, a instituição não estabelece um cronograma predefinido e o avanço das taxas deve ocorrer de maneira gradual. “O objetivo é buscar evitar movimentos bruscos, o que pode ser particularmente prejudicial no atual cenário altamente incerto”, ressaltou.

O banqueiro central enfatizou que as projeções macroeconômicas do BCE sugerem que a inflação na zona do euro deve desacelerar gradualmente até a meta de 2% no médio prazo. No entanto, ele admite que os riscos apontam para escalada das pressões inflacionárias. “Há sinais de que as expectativas de inflação de médio prazo estão sendo revisadas acima da meta, e elas devem ser monitorados de perto”, pontuou.

Para o dirigente, a taxa natural de juros está em cerca de 1%. Isso indicaria que, até que esses níveis sejam alcançados, a orientação da política monetária continuará expansionista”, comentou.