O Banco do Brasil está resistente a vender ao setor privado ativos essenciais para a instituição, disse nesta quarta-feira, 29, seu presidente, Paulo Rogério Caffarelli. Ao mesmo tempo, prossegue o plano de se desfazer de empresas não essenciais, como a Neoenergia, e a Kepler Weber, do setor de silos, e de fazer a abertura de capital do Banco Patagonia, comprado em 2010.

“Vender alguma coisa do core business, a gente está resistindo”, disse o executivo a jornalistas após fazer apresentação em evento do Bank of America Merrill Lynch nesta quarta-feira. Caffarelli descartou, por exemplo, vender a área de cartão de crédito ou a distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM).

“Você não pode vender serviços. O que vender hoje, você está vendendo fluxo de caixa futuro”, disse ele, explicando que nos bancos as receitas estão migrando de operações de crédito para serviços. O presidente do BB disse que a experiência com a operação da seguradora, que teve parcela vendida ao setor privado, foi muito positiva e a empresa saiu de resultado de R$ 1,7 bilhão para R$ 4,2 bilhões.

“Mas eu diria que isso sacrifica a estrutura de resultado do banco”, disse ele. “Tudo o que você vende hoje é valor presente, então se sacrifica muito o resultado.”

Para o Banco Patagonia, Caffarelli disse que o objetivo continua o de fazer a abertura de capital da instituição. A venda de ativos não essenciais deve ajudar a reforçar a estrutura de capital do BB. “Estamos fazendo trabalho forte no banco de adequação do capital.”