O Banco Central colocará a partir de hoje (23) um auditor no banco Original, da holding J&F, controlada pela família Batista, que terá livre acesso à instituição. O anúncio de sua chegada foi feito a funcionários do Original hoje em meio a um clima de insegurança após as delações da JBS. O auditor integra a equipe de supervisão do BC e olhará o banco como um todo. A decisão visa a facilitar a troca de informações entre o Original e o regulador, aproximando as duas pontas. Uma fonte com conhecimento em procedimentos regulatórios diz que a medida é apenas uma prudência por parte do regulador. Não haveria, assim, nada preocupante no banco para supervisão.

Controlado

Desde o estopim da crise, na quinta-feira passada, o banco Original, que tem plano de contingência e gestão apartada de seus controladores, teve cerca de R$ 30 milhões em saques. Tratam-se de vencimentos que ocorreram e não foram renovados. O volume é considerado baixo no mercado, levando em conta o perfil de ativos e passivos do banco, com prazos alongados, e ainda seu caixa, de cerca de R$ 1 bilhão ao final de dezembro último. Este valor hoje já estaria em torno de R$ 1,6 bilhão.

Origem

O Original é fruto da união dos bancos JBS e Matone. Desde 2011, ampliou seu escopo para além do setor de agronegócios e passou a apostar no varejo. Ao final de dezembro, somava mais de R$ 8,7 bilhões em ativos e uma carteira de crédito de R$ 5,7 bilhões. Lucrou R$ 44 milhões no ano passado, resultado que foi impulsionado, principalmente, pela operação não ortodoxa de venda de R$ 422 milhões da marca do banco para o controlador, a J&F. Ainda assim, o resultado encolheu mais de 60% ante 2015. Procurados, o BC informou que não comenta ações de supervisão ou casos específicos. O Original destacou que tem caixa robusto e estrutura de ativos e passivos extremamente confortável.