A aplicação de sistemas de monitoramento climático nas fazendas pode ajudar na previsão de riscos sobre as lavouras e, em consequência, permitir a contratação de planos de seguro rural mais adequados à necessidade do produtor, disse ao Broadcast Agro o sócio-consultor da MB Agro Alexandre Mendonça de Barros.

O especialista esteve neste domingo, 4, na feira de inovação no agronegócio, Agrifutura, para contar a experiência pessoal sobre a recente aplicação de uma estação meteorológica em sua propriedade de pecuária.

“Se todos os meus vizinhos tivessem uma estação, com séries históricas, as previsões de clima seriam melhores e nós saberíamos com mais precisão quais os períodos de risco. Isso levaria à queda nos custos com seguro de toda a região”, avalia Mendonça.

A propriedade do consultor tem 700 hectares de pasto e fica no município de Três Lagoas (MS). O sistema de monitoramento climático foi implantado há cerca de cinco meses e os resultados mais eficazes foram na adubação.

“Tenho previsão de chuva para 15 dias e projeções de ventos, que ajudam a evitar a deriva do produto aplicado. Ainda não consigo precisar a redução de custo, mas a resposta das pastagens com a adubação mais precisa é extremamente satisfatória”, avalia. O investimento inicial para aquisição do equipamento foi de R$ 2 mil, além de uma mensalidade ao redor de R$ 140 para acesso expandido das informações, como via celular.

Para Mendonça, a falta de conhecimento de tecnologias como essa é um dos entraves para expansão. As dimensões do País são muito grandes e isto dificulta a transmissão de informações até mesmo para venda. Outra questão apontada é a ausência de conectividade nas fazendas. Além disso, muitos produtores têm receio de que o uso de tecnologias de monitoramento torne públicas informações estratégicas da propriedade e tenha impacto negativo sobre a competitividade, o que, para Mendonça, não acontece.