Os russos estão animados com o interesse brasileiro em suas soluções de energia nuclear. Algumas delas, inclusive, bastante ousadas. Na semana passada, o embaixador Marcel Biato, representante brasileiro na Agência Internacional de Energia Atômica, visitou o estaleiro Baltiysky Zavod, também conhecido como Estaleiro Báltico, em São Petesburgo, onde está sendo construída uma usina nuclear flutuante. O projeto, encabeçado pela Rosatom, estatal russa de energia nuclear, consiste em embarcações equipadas com dois reatores de propulsão nuclear modificados, capazes de gerar até 70 MW de eletricidade por hora, o suficiente para abastecer uma cidade de até 100 mil pessoas, segundo a empresa. A ideia é utilizar esses navios-usinas em áreas remotas. “Essa ideia chamou nossa atenção”, afirmou Biato. “O Brasil tem distâncias muito grandes e áreas pouco povoadas.” A dúvida que fica: dá para confiar em usina nuclear flutuante?

(Nota publicada na Edição 1028 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Carlos Eduardo Valim, Cláudio Gradilone e Rodrigo Caetano)