Por Maximilian Heath e Walter Bianchi

BUENOS AIRES (Reuters) – A Argentina informou na terça-feira que voltará a permitir ao setor de carne bovina a exportação livre do produto à China, retirando um limite imposto neste ano que provocou tensões com o setor agrícola.

O governo limitou as exportações de carne bovina a 50% dos volumes normais para conter a alta acelerada dos preços, levando a protestos e ameaças de fazendeiros de interromper o comércio local de gado e também de grãos.

A Argentina é o quinto maior exportador de carne bovina do mundo, enquanto a China é o maior consumidor mundial da carne. Cerca de 75% das exportações de carne bovina da Argentina em 2020 foram para a China, de acordo com números oficiais.

As exportações agrícolas são a principal fonte de moeda estrangeira do país.

“Em relação à questão da carne bovina destinada à China, vamos reiniciar as exportações a partir de segunda-feira”, disse o ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Julián Domínguez, após reunião com líderes de quatro importantes associações agrícolas.

“Esta é a mensagem que os produtores precisavam”, disse Elbio Laucirica, chefe da associação agrícola Coninagro, depois do encontro. “Não afeta o mercado local.”

Analistas dizem que a China compra principalmente um corte de carne bovina que não é popular no mercado doméstico argentino.

Domínguez assumiu o cargo de ministro da Agricultura no início deste mês, depois que o governo do presidente de centro-esquerda Alberto Fernández perdeu uma eleição primária no Congresso, provocando uma cisão no partido governista peronista e uma reformulação ministerial.

Domínguez convocou o Conselho Federal de Agricultura na terça-feira, quando um plano foi discutido para aumentar a “quantidade de carne disponível” para 2022.

(Reportagem de Maximilian Heath)

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