A Argentina lançou nesta segunda-feira (19) um título em dólares a 100 anos em uma inédita operação no país sul-americano – informou o Ministério das Finanças em um comunicado de imprensa.

“O Ministério das Finanças anuncia uma emissão de bônus com prazo de 100 anos por um montante de 2,75 bilhões de dólares americanos, com uma taxa de 7,125% e um rendimento de 7,9%”, esclareceu em um comunicado a pasta conduzida por Luis Caputo.

A operação foi anunciada na manhã de segunda-feira pela conta oficial do Ministério no Twitter, e os detalhes, divulgados horas mais tarde.

Países como México, Irlanda e Reino Unido colocaram bônus a esse prazo. No caso da Irlanda, por 100 milhões de euros.

O ministro das Finanças celebrou que a Argentina esteja “mais perto de países normais, como Bélgica e México, do que da Venezuela, com quem o governo anterior (da ex-presidente Cristina Kirchner) costumava se endividar a cinco anos de prazo e a juros de 15%”.

A operação será realizada pelos bancos HSBC, Citibank, Santander e Nomura.

Para a Argentina, trata-se de uma operação inédita, que será utilizada tanto para refinanciar a dívida quanto para captar moeda.

“Uma emissão desse tipo é possível, porque conseguimos recuperar a credibilidade e a confiança do mundo na Argentina e no futuro da nossa economia”, afirmou Caputo.

O ministro explicou que seu país está “aproveitando um momento de taxas muito baixas no contexto mundial” e que “é importante balancear os prazos de endividamento”.

Caputo defendeu a iniciativa, ao destacar que “se financiar no longo prazo e com juros baixos é fazer uma gestão responsável e cautelosa da dívida”.

A surpreendente operação foi criticada por setores da oposição.

“Assim não se pode continuar. O governo de (Mauricio) Macri se dispõe a colocar dívida por um século. Sim, 100 anos! Dívida que se vai pagar por dez gerações”, reagiu no Twitter o deputado Axel Kicillof, ex-ministro da Economia de Kirchner.