O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que caso a reforma da Previdência Social não seja aprovada pelo Congresso em junho, mas em agosto, a mudança estrutural na área fiscal não será comprometida. “Mas isso teria um custo para o País, sobre as expectativas da economia, a confiança.”

Na avaliação do ministro, a reforma é fundamental para viabilizar uma trajetória sustentável das contas públicas, “pois, no limite, um quadro de gastos sem controle eleva muito o déficit público, que gera incerteza, crescimento de despesas e leva à recessão econômica”. Meirelles ponderou que o nível da dívida pública no Brasil ainda é baixo se comparado com patamares de países avançados, que até superam 100% do PIB.

“Quanto mais rápida a aprovação da reforma da Previdência, melhor para o crescimento do País em 2017 e 2018”, comentou Meirelles. “Ao final, o que interessa à população é emprego, inflação sob controle e renda”, apontou.

“Agora é o momento certo para realizar a reforma da Previdência. O Brasil precisa tomar medidas agora para não ter que adotar ações mais sérias no futuro”, disse Meirelles. “O problema é que o custo da dívida é o pagamento de juros, que é elevado. Contudo, feitas as mudanças constitucionais, elas darão garantia de queda da dívida pública, e o mercado antecipa isso nos preços de ativos a valor presente.”

O ministro destacou que o problema do déficit da Previdência é amplo e que também ocorre com o regime dos servidores públicos. “O mais importante é tomarmos medidas necessárias para que todos possam receber suas aposentadorias. Esse é um problema sério. Países europeus tiveram de diminuir os valores de benefícios de pessoas aposentadas.”

Na avaliação do ministro da Fazenda, é um processo normal parlamentares não estarem declarando apoio à reforma da Previdência Social até o momento. Ele considera que os parlamentares votarão a favor da mudança estrutural.