SÃO PAULO (Reuters) – Os embarques de milho do Brasil devem atingir ao menos 4,2 milhões de toneladas em outubro, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) divulgados nesta quarta-feira.

Isso representaria mais do que o dobro do mesmo período do ano passado, quando o país exportou 1,87 milhão de toneladas do grão, impactado por uma seca que reduziu as produtividades da safra.

A Anec, que em meses anteriores havia projetado volumes mais altos no início do mês, revisando para baixo as projeções semanais, agora decidiu ser mais conservadora no começo de outubro.

Mas admite volumes mais altos, a depender das condições climáticas que impactam o movimento nos portos.

Em uma projeção mais otimista, a Anec estima os embarques em até 5,5 milhões de toneladas em outubro.

“A perspectiva para as próximas semanas é de revisão deste dado para cima. Como os relatórios são semanais, a Anec preferiu ser mais comedida neste dado nesta semana, por conta da previsão de chuvas para este mês”, disse o diretor-geral da associação, Sérgio Mendes.

Se a previsão mais baixa (4,2 milhões de toneladas) for confirmada, os embarques acumulado de janeiro a outubro somariam 29,8 milhões de toneladas, versus 20,6 milhões em todo o ano de 2021.

O dado no acumulado do ano indica que o Brasil teria de exportar cerca de 11 milhões de toneladas de novembro a dezembro para atingir a previsão de 41 milhões de toneladas da Anec para 2022 –a associação manteve a projeção.

Com esse volume, o Brasil deve confirmar o posto de segundo exportador global de milho em 2022, atrás dos EUA.

SOJA

Já para a soja, a Anec estima as exportações brasileiras em 3,1 milhões de toneladas exportadas em outubro, contra 2,985 milhões de um ano antes.

Com os embarques, o total exportado de soja de janeiro a outubro somaria cerca de 74 milhões de toneladas, atingindo já a exportação da oleaginosa prevista para 2022.

Por isso, a Anec elevou a projeção de embarques de soja em 2022 para 75,5 milhões de toneladas.

Ainda assim, o volume ficaria abaixo do recorde de 2021, quando o maior exportador global embarcou 86,6 milhões de toneladas.

Para a exportação de farelo de soja, a expectativa é de um volume de 1,804 milhão de toneladas, ante 1,337 milhão em outubro de 2021.

(Por Ana Mano e Roberto Samora; com reportagem adicional de Letícia Fucuchima)

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