Em sua volta ao Senado Federal, Aécio Neves (PSDB-MG) atacou a forma como foi montado o inquérito que levou ao seu afastamento e também à prisão de sua irmã, Andrea Neves, e de seu primo Frederico Pacheco de Medeiros. Em seu discurso no plenário da Casa, o senador afirmou ter sido condenado sem direito de defesa.
Aécio foi alvo de uma operação da Polícia Federal, após o empresário Joesley Batista gravar encontro com o senador e ter as provas legitimadas pela Procuradoria-Geral da República, órgão que aceitou o acordo de delação premiada com o dono da JBS.
“Meu retorno se dá única e exclusivamente pela estrita observância da lei, pelo respeito a direitos assegurados e pelo que determina a nossa Constituição”, disse em seu discurso.
O senador só pode retomar posse de seu cargo após, na última sexta-feira, 30, o ministro do STF Marco Aurélio Mello liberar Aécio para retomar as atividades legislativas. Antes, Edson Fachin já havia mandado libertar Andrea Neves e Frederico Pacheco da prisão.
“Fui condenado previamente, sem nenhuma chance de defesa. Tentaram execrar-me junto à opinião pública. Fui vítima da manipulação de alguns, da má-fé de muitos e, sobretudo, de julgamentos apressados, alguns feitos aqui mesmo nesta Casa por alguns poucos que parecem não se preocupar com a preservação dos direitos individuais”, afirmou Aécio.
Ele também reiterou o apoio ao presidente Michel Temer, também alvo de denúncias feitas por Joesley Batista. “Quero aqui reafirmar, neste instante, meu compromisso e minha crença na necessidade de continuarmos avançando em uma ousada agenda de reformas, que, aliás, foi a razão do apoio do PSDB ao Governo do Presidente Michel Temer.”